domingo, 8 de dezembro de 2013

A única palavra, a única pergunta necessária:

"A única palavra, a única pergunta necessária que todos temos que fazer é: por quê? "
José Saramago

"Acho que essa fotos não precisam de nenhuma palavra, ou melhor essas fotos só precisam de uma palavra...

No momento em que nós as olhamos, perguntemos "por quê?"

Não é olhar para esse menino e dizer que tragédia, que horror...

A única palavra, a única pergunta necessária que todos temos que fazer é "por quê?"

E começar a encontrar, não "a" resposta porque não há uma resposta, há várias respostas.

Por que pode-se chegar a este extremo?"


-José Saramago


(entrevista em 1997 com Sebastião Salgado, e Chico Buarque no Programa do Jô sobre o lançamento do livro Terra - Sebastião Salgado)


http://www.youtube.com/watch?v=vuohB_arwRE

A Educação Ambiental NÃO conscientiza ninguém!

A Educação Ambiental NÃO conscientiza ninguém!

Ao trabalharmos Educação Ambiental devemos nos preocupar em não reproduzir certos jargões ambientalistas, como, por exemplo, o uso da palavra conscientização. Isto se deve, pois, a Educação ambiental não tem como objetivo conscientizar, ela visa sensibilizar e motivar os envolvidos para o despertar em relação aos problemas socioambientais. A conscientização é intrínseca de cada um, e este processo só pode ser conseguido sozinho.
Ou seja,  o processo de conscientização parte de dentro para fora. Temos que ter em mente que o uso inadequado do termo conscientizar é um fato, quando se fala em Educação Ambiental, vista por este enfoque, a Educação Ambiental teria apenas o objetivo simplista de tornar ciente os envolvidos, assumindo um carater informativo e não transformador.  Não estou dizendo que, não seja importante a informação, mas Educação Ambiental não deve apenas se resumir a isto.
Ela deve ser antes de mais nada, um processo de reflexão, entre os envolvidos, de modo que cada uma das pessoas, através de um ponto de vista crítico em relação ao ambiente que o cerca, possa se ver como parte do todo e que os problemas socioambientais não atinge somente o ambiente, mas também quem vive e depende dele.
Neste contexto, a Educação Ambiental, pode levar a uma conscientização individual e coletiva do grupo, considerando as representações sociais que norteiam o pensar e agir dos envolvidos no processo educativo, identificando pontos de fragilidade que podem ser usados para que o indivíduo seja posto em situação de conflito, e saia de sua zona de acomudação, entrando em contato com o seu pensar e agir, refletindo sobre suas práticas e decidindo a partir daí quais procedimentos deverá adotar.
Logo, a Educação Ambiental Crítica objetiva mediar para efetivas mudanças, para mudanças atitudinais, não por informar, e sim por fazer o envolvido no processo se reconhecer como parte do problema, tornando-o capaz de transformá-lo, resolvendo ou propondo soluções, não somente aceitando-as.

Fonte: http://eacritica.wordpress.com/2010/09/02/a-educacao-ambiental-nao-conscientiza-ninguem/

O que Educação Ambiental tem a ver com os protestos das passagens?


O que um blog de Educação Ambiental tem a ver com os protestos das passagens?


Essa pode ser a primeira pergunta que os nossos leitores farão, “ué, mas vocês não falam de educação ambiental?”, a resposta vem rápida: Não. Falamos de ambiente, educação ambiental, educação e trabalho, isto é, tudo o que se desenvolve em nosso ambiente, ou seja, podemos falar de tudo.  Ser um blog de educação ambiental não nos impede uma leitura crítica do mundo e das suas relações, isso é educação ambiental crítica.
O que temos assistido nos últimos dias é uma sucessão de atos de protesto no Brasil, não apenas por centavos, mas por direitos, direitos básicos de educação, saúde, transporte, segurança, por um meio ambiente sem degradação e menos  desigualdade social. No entanto, não podemos negar que a essa luta começou em várias várias cidades do Brasil através do MOVIMENTO PASSE LIVRE com o questionamento  dos contratos milionários das empresas de ônibus realizam com as prefeituras, oferecendo em contrapartida um serviço péssimo e a preços muito altos, afinal a mobilidade e transportes de massa são demandas sociais e ambientais também.
É nosso direito protestar contra isso tudo, mas estamos sendo reprimidos por protestar por direitos, e logo em seguida alcançamos a seguinte questão: Será que temos mesmo direito de protestar livremente? Pois, o que se vê é uma bruta repressão e em um Estado Democrático de Direito…  Mas o que esperar de uma Democracia burguesa afinal? Em um momento em que as massas vão ruas, para exercer esse direito, fica a dúvida: Será que não tínhamos a sensação da repressão, pois, vamos pouco as ruas (argumento que refutarei logo abaixo)?  Ou efetivamente não temos esse direito? Fico com essa segunda hipótese.
Essa história de que o “Gigante Acordou” não me agrada, e refuta a hipótese de que somos um país que pouco vai as ruas. O Brasil nem sempre esteve na inércia, isso é uma inverdade, estão aí as greves e os movimentos sociais que desmentem essa afirmação. O que temos visto nos últimos anos, falo do Rio de Janeiro é uma sucessão de repressão a movimentos como, por exemplo, protesto da população contra a TKCSA em Santa Cruz, as movimentos contra as remoções por causa da Copa, a resistência na Aldeia Maracanã, os quilombolas… E em nível nacional alguns outros como o movimento do Pare Belo Monte, o MST, o dos índios Guarani-Kaiowá por suas terras… Sem contar com as greves, eu mesma já participei de duas grandes greves de professores… Será que somos tão inertes assim?
Agora com esse movimento questionando o valor das passagens, o que assusta é que aos primeiros acenos de posicionamento crítico contra uma decisão que só beneficia os governos e as empresas, é que seja tolhido o direito a protesto, com repressão violenta a um embrião de critica que quer nascer na população. É aí que entra essa questão da Democracia burguesa, que em verdade não quer mudanças efetivas e sim reformismos e acomodação.
Por esse motivo, percebemos esses movimento estão sendo fortemente reprimido pelas polícias e criminalizado pelas mídias. Sobre a repressão  fica a dúvida: Como formar pessoas críticas se ao primeiro sinal de questionamento vem os aparatos de repressão do Estado  literalmente “desce o cacete”? Não vou relatar aqui as barbáries, a internet está bem servida de como está atuando a repressão elas podem ser vistas por exemplo aqui 24 Momentos dos protestos em São Paulo que você não verá na TV.; e mais aquiFeridos no protesto em São Paulo. O YouTube está está também recheados de vídeos com os abusos e violência da polícia…

Vamos abrir nossos olhos, mas não muito… Cuidado com a pimenta.
Inclusive no protesto do Maracanã no último Domingo (16/06) a manifestação foi brutalmente reprimida com muita violência por parte da polícia.  Reprimiram um ato que até então pacífico desproporcionalmente. Encurralaram os manifestantes na Quinta da Boa vista jogando bombas de gás e com tiros de bala de borracha, a Quinta é um Parque na cidade que aos domingos fica cheio de crianças e famílias passeando (imagina o pânico dessas pessoas). Desligaram as câmeras da Prefeitura nas ruas próximas ao Maracanã para que não víssemos as atrocidades e barbárie que eram imprimidas contra os manifestantes. E por último nosso repúdio também a FIFA que suspendeu a transmissão da Rádio Band News FM  e CBN que estavam cobrindo o protesto… Censura?
A repressão está indo além dos protestos… Vamos ficar observando os acontecimentos, pois, em um país onde não há possibilidade de exercitarmos a crítica e nos manifestar, como podemos imaginar a possibilidade de uma crítica maior seja ela em relação a qualquer coisa?
Atualizado em 18/06/2013
Após escrever esse post, tive a oportunidade  de ler mais sobre o assunto e tentar fazer uma reflexão sobre esses movimentos e descobri algumas reflexões bem interessantes nessas postagesm: 1)Viva a primavera da juventude brasileira! e aqui 2)  Ei, reaça, vaza dessa marcha! Após a leitura do texto e de principalmente participar do ato, a passeata dos 100.000 no Rio de Janeiro (17/06), pude alcançar uma outra perspectiva: Do risco que correm esses esses movimentos de serem cooptados para interesses políticos diversos (inclusive os mais conservadores)…
“Na impossibilidade de conter os legítimos movimentos sociais, segmentos conservadores reveem suas práticas e simulam adesão formal, com o intuito de adequá-los à agenda dos seus interesses de classe. Depois de combatê-los, diante do fracasso da opressão desmobilizadora, tais setores incluem-se na última hora nos movimentos e tentam hegemonizá-los, fazendo uso de seus tradicionais meios de comunicação.” SCATOLIN, Wanderley. 2013. via Vermelho a Esquerda.
No ato em que compareci, não vi um posicionamento ideológico coerente dos manifestantes, fato percebido nas palavras de ordem inócuas, discursos nacionalistas e idealismo difuso… É inegável que a quantidade de pessoas envolvidas é um importante fato histórico, mas, temos que observar os rumos desse movimento. O cenário atual é exatamente é esse:


Para além dos 0,20 centavos
Atualizado em 21/06/2013
BASTANTE PREOCUPADA COM OS RUMOS QUE ESTAMOS TOMANDO
“Já se pode traçar um breve histórico das manifestações:
a) elas tiveram origem em ações de jovens de movimentos e partidos de esquerda;
b) esses jovens, em SP, tinham objetivos claros: redução das tarifas dos transportes; qualidade dos mesmos; e mobilidade urbana;
c) No Rio, além da questão dos transportes, entrava também a problemática dos gastos com a obra do Maracanã;
d) Esses jovens foram duramente reprimido pelas PMs, a pedido dos governos, e criminalizados pela mídia: tratados com “vândalos”;
e) a violência da PM atingiu jornalistas que cobriam os protestos reprimidos, obrigando a imprensa a rever a criminalização dos mesmos;
f) essa mudança da imprensa – mais a ação das redes sociais – levou outros segmentos a serem solidários com os reprimidos pela polícia;
g) as manifestações então crescem, obrigando a imprensa a mudar de vez o tom de sua cobertura; começa, então, o processo virótico… as manifestações crescem e se transformam em colchas de retalhos que incluem até inclinações fascistas e desejo de golpe (um horror!);
h) segmentos despolitizados e eivados de preconceitos em relação à política e às pautas da esquerda desejam dar o tom das manifestações;
i) aparecem bandidos e arruaceiros produzindo violências; e patriotas tardios que querem fazer das manifestação uma marcha udenista.
As manifestações viraram então esse espetáculo para as tevês e para o Facebook, em que se apresenta uma extensa agenda de insatisfações.
Eis o breve histórico de manifestações que, agora, querem expurgar aqueles que lhes deram origem: movimentos e partidos de esquerda! ” Via: Jean Wyllys
Acredito que eram muito mais do que foi noticiado pela imprensa, não eram 300 mil, podem ter certeza, mas algo próximo de 1 milhão de pessoas.  Uma constatação: Além de apartidários os manifestantes são totalmente antipartidários e hostis até contra os movimentos sociais e sindicais. Profunda tristeza ao ouvir vaias contra o MST… Fascismo ou alienação, eis a questão.
São muitas questões que acontecem no calor do momento, inclusive a suspeita de que confusão em frente ao prédio da prefeitura da cidade começou por alguns militares (p2) infiltrados na manifestação.  Após a desestruturação do movimento, começou uma cena de intensa repressão policial a toda e qualquer pessoa, manifestante ou não que estava no centro do Rio de Janeiro, com a presença da Polícia Militar, Batalhão de Choque, Força Nacional e até o Exército.
No Hospital Souza Aguiar, houve relatos de policiais ameaçando médicos e pacientes para que não fizessem boletins de ocorrência. Jogaram bombas de gás na frente desse hospital e a fumaça invadiu o prédio, intoxicando todos que estavam ali. Há relatos que entre os feridos, havia pessoas com membros amputados por causa das bombas. Há MUITOS relatos de violência pelas ruas do centro, repressão em bares, na Lapa, no Circo Voador inclusive de manifestantes e estudantes sitiados pela polícia em prédios de instituições de ensino, o IFCS e a FND.


Começando a acreditar que a “violência dos vândalos” é a menor de todas… Existem outras muito piores: a dos intolerantes “apartidários”, a da polícia e a da imprensa.

Fonte: 
http://eacritica.wordpress.com/2013/06/17/o-que-um-blog-de-educacao-ambiental-tem-a-ver-com-os-protestos-das-passagens/