terça-feira, 29 de setembro de 2015

Re-encontrando Heidegger: "SALVAR É DEIXAR SER" 2

Desde que passei por esse texto da Nancy Mangabeira Unger em uma coletânea de artigos sobre as bases filosóficas para a Educação Ambiental, re-estruturei minha postura ética em relação ao que me cerca.
[ Heidegger:"Salvar é deixar Ser" : http://educambientando.blogspot.com.br/2013/11/filosofia-na-conservacao-ambiental.html ]
Antes disso, nunca me agradou a perspectiva messiânica de redenção do humano através de um "ser superior"; tampouco a variação dessa mesma lógica onde  humano se coloca no "ápice" de uma mal interpretada "escala" da diversidade biológica da natureza e assume para si o direito e o dever de zelar pelo bem do planeta.  
Sempre me soou muito covarde e perigoso esse fetichismo moral promovido pelo discurso religioso cristão... Nos isenta de responsabilidade ao mesmo tempo que anula o passado e o futuro como responsabilidade humana (afinal, o sujeito morreu para nos salvar...).
Ainda mais perigoso esse discurso se torna quando aceito por povos de países que tiveram um passado colonial recente como o Brasil; passado este aliás, com ecos de submissão intelectual ainda gritantes na nossa cultura... (inclusive talvez; eu mesmo aqui, deslumbrado com o Heidegger ...)
Meu asco pela interpretação filosoficamente rasa dessa lógica messiânica no Brasil e sua disseminada aceitação cultural, se tornou ainda mais forte na medida que percebia o potencial perverso de manipulação desse discurso pelo que parece ser atualmente a pior vertente do cristianismo: a manipulação ideológica das religiões protestantes na apropriação política da população com baixa renda.

Voltando ao re-encontro com Heidegger...

Pesquisando trechos em vídeo da última vinda do biólogo chileno Humberto Maturana ao Brasil para um workshop sobre biologia-cultural, encontrei esta fala comungada com sua companheira Ximena D'ávila: "O futuro da Humanidade não são as crianças. Somos nós, os adultos de hoje."



http://alana.org.br/humberto-maturana-e-ximena-davila/
(ou)
https://youtu.be/bhkrB8WntNA


Isso coloca em diálogo a postura ética-existencialista que a Nancy nos lembra da fala do Heidegger com a responsabilidade de termos consciência de nossas ações no tempo-presente.

Penso que temos que estar sempre alternando entre a lembrança do passado na vivência de um presente consciente do seu desdobramento no futuro.

Não acho que isso seja algo trivial de se fazer dada a nossa cultura atual: pautada na satisfação de desejos imediatistas, na negação surda da nossa história e no cego fascínio pelo "novo".

Mas acho que uma vez internalizado o processo, ele dissolve as fronteiras culturais de passado/presente/futuro e nos situa conscientemente como os agentes que re-significam a todo momento a "realidade".

Essa assimilação consciente e dissolução cognitiva do "tempo" é o que me parece dar recheio a alguns rótulos culturais como "ética", "moral", "amor", "respeito" etc... que costumam ser buscados sempre fora de nós mesmos, como algo que nos falta. 
De fato, falta: falta assumir a responsabilidade de já termos tudo isso dentro de nós. Ou em outras palavras: aceitar o passado como constitutivo do que somos no agora.

"Passado"Pelo que estou percebendo é essa a bandeira que o Heidegger está sacudindo na nossa frente: vamos tomar consciência do passado, não como um processo de culpa, mas como re-descoberta de nós mesmos. As mesmas crises de hoje já aconteceram antes em outros contextos, com outras velocidades, por outras pessoas. Os problemas e soluções encarados pela humanidade estão logo ali atrás no nosso passado, bem como estão aqui no presente (explicitados em realidade, ou latentes na nossa potência existencial como humanos), como vão estar também no futuro daqueles que de nós se desdobrarem. 
Acho que a nosso papel biológico-evolutivo e/ou ontológico-existencial não está em assumirmos a responsabilidade de transformar o mundo atual em uma direção ou outra, mas tomarmos consciência da nossa consciência, nos assumirmos como vivos e naturalmente (ou autopoiéticamente, como diria o Maturana) agirmos em consonância com nossa estrutura interna de pensamento (sempre com o ouvido atento a nossa ressonância social).
OBS 1: Peguei um atalho sonoro-musical aqui, porque ainda não sei explicar o que eu entendo quando ouço sinfonias polifônicas... Mas isso deve ser o bê-a-bá de teoria musical... rsrs 
O José Miguel Wisnik demostrou com as notas de um piano algo próximo ao que eu estou aqui chamando de consonância e ressonância nessa palestra...
Vale uma espiada neste trecho! [ 1h19m20s]  ;)
Arte & Ciência - A Mente e o Poder da Música 
https://www.youtube.com/watch?v=ifB7cqyE1RQ&feature=youtu.be&t=1h19m20s



OBS 2: Esse texto não está "pronto" (embora "pronto" nenhum texto está aliás...) mas está incompleto porque ainda me falta referenciar como assimilar e dissolver conscientemente as noções de  "Presente" e "Futuro"...
Quando tiver outro insight engordo um pouco mais esse papo aqui... rsrs

Mas adiantando (imaginando) o papo, sinto que a coisa anda por aqui:  o Presente se referencia na escuta do outro (já que não temos dimensão do tempo social quando imersos nos nossos próprios pensamentos, em nosso ritmo mental). Assim o presente, eu acho que surge no diálogo.
Já o Futuro deve estar na imaginação... já que o que vai existir daqui para frente é o que somos capazes de imaginar da transformação do presente (não precisa nem dizer que isso também depende do diálogo né? rsrsrs) 
Enfim vamos ver no que isso vai dar...  mas por agora, me faltam referências para "dialogar" esses meus insights internos... hehe


- - -


Conversando com o oráculo Google, digitei: "Somente nós nos salvaremos de nós mesmos" e ele me indicou esse texto aqui embaixo do Leonardo Boff... acho que tem a ver... =)

(Isso alias é mais uma evidência que o segredo da vida talvez esteja nos algoritmos de busca do Google... rsrsrs "42... amém!" )




A crise de nossa civilização técnico-científica exige mais que explicações históricas e sociológicas. Ela demanda uma reflexão filosófica que desemboca numa questão teológica. Quem o viu claramente foi Martin Heidegger (1889-1976), antes mesmo que tivesse surgido o alarme ecológico.Numa famosa conferência em 1955 em Munique “Sobre a questão da técnica”na qual estavam presentes Werner Heisenberg e Ortega y Gasset, ele tornou claro o risco que o mundo natural e a humanidade correm quando se deixam absorver totalmente pela lógica intrínseca deste modo de pensar e de agir: intervem e manipula o mundo natural até às suas últimas camadas para tirar benefícios individuais ou sociais. A cultura técnico-científica penetrou de tal forma na nossa autocompreensão que já não podemos entender a nós mesmos nem viver sem essa muleta que introjetamos em nosso próprio ser e estar-no-mundo.

 Ela representa a convergência de duas tradições da filosofia ocidental: a platônica de cariz idealista transfigurada pela incorporação cristã e a aristotélica, mais empírica que está na base da ciência. Elas se fundiram no século XVII a partir de Descartes e fundaram a moderna tecno-ciência moderna, o paradigma dominante.

 O interesse desse modo de ser é  como  são as coisas, como funcionam e como nos podem ser úteis. Não é o milagre de que as coisas são, confrontadas com o nada. Separamo-nos do mundo natural para entrar profundamente no mundo artificial.  Perdemos a relação orgânica com as coisas, as plantas, os animais, as montanhas e com os próprios seres humanos. Tudo se transforma em instrumento para alguma finalidade. Não vemos o ser humano, como pessoa, portadora de um propósito, mas a sua força de trabalho, seja física seja intellectual que pode ser explorada.

 Se algo pode ser feito, será feito sem qualquer justificação ética. Se podemos desintegrar o átomo não há porque não faze-lo e construir uma bomba atômica. Se  podemos lançá-la sobre Hieroshima e Nagasaki quem o impedirá? Se posso manipular o código genético, não há limite moral ou ético que o possa coibir. E fazemos as experiências que acharmos interessantes e úteis para o mercado e para certa qualidade de vida.

 Heidegger nos adverte que esta tecno-ciência criou em nós um dispositivo (Gestell), um modo de ver que considera tudo como coisa ao nosso dispor. Colonizou todos os espaços e subjugou todos os saberes. Transformou-se num motor que se acelerou de tal forma que já não sabemos como pará-lo. Tornamo-nos reféns dele. Ele nos dita o que fazer ou deixar de fazer.

 Neste ponto Heidegger aponta o altíssimo risco que corremos como natureza e como espécie. A tecno-ciência afetou as bases que sustentam a vida e criou tanta força destrutiva que nos pode exterminar a todos. Os meios já foram construídos e estão aí à nossa disposição. Quem segurará a mão para não deslanchar um  armagedon natural e humano? Essa é a questão magna que nos deveria ocupar como pessoas e como humanidade e menos o crescimento e as taxas de juros.      

A resposta tentada por Heidegger é uma Kehre, uma ”Volta” que signfica uma revira-Volta. Este é o propósito final de todo o seu pensamento, como o revelou numa carta a Karl Jaspers: ser um zelador de museu que tira a poeira sobre os objetos para que se deixem ver. Como filósofo se propunha (pena que usa uma linguagem terrivelmente complicada) remover o que encobre o habitual e o cotidiano da vida. Pela sofisticação técnico-científica ele ficou esquecido, abstrato ou enrijecido. Ao fazer isso o que se revela então? Nada senão aquilo que nos rodeia e que constitui o nosso ser-no-mundo-com-os outros e com a paisagem, com o azul do céu, com a chuva e com o sol. É deixar ver as coisas assim  como são; elas não nos oprimem mas estão, tranquilas, conosco em casa. Foi buscar inspiração para esse modo de ser nos pre-socráticos particularmente em Heráclito, que viviam o pensamento originário antes de se transformar com Platão e Aristóteles em metafísica, base da tecnociência.

Mas suspeita que seja tarde demais. Estamos tão próximos do abismo que não temos como voltar. Na sua última entrevista ao Spiegel de 1976 publicada post-mortem diz: “Só um Deus nos pode salvar”. A questão filosófica sobre o destino de nossa cultura se transformou numa questão teológica: Deus vai intervir? Vai permitir a autodestruição da espécie?

Como teólogo cristão direi como São Paulo:”a esperança não nos engana”(Rm 5,5) porque “Deus é o soberano amante da vida”(Sb 11,26). Não sei como. Apenas espero.


Fonte:  https://leonardoboff.wordpress.com/2013/05/19/so-um-deus-nos-podera-salvar-2/
Leonardo Boff é autor: Proteger a Terra-cuidar da vida: como escapar do fim do mundo, Record Rio 2010.


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simone sarmento lima PERMALINK
19/05/2013 18:17
Mais um questionamento instigante!
“A questão filosófica sobre o destino de nossa cultura se transformou numa questão teológica: Deus vai intervir? Vai permitir a autodestruição da espécie?”
Se as civilizações Ocidental e Oriental vivem sob o impacto do “descentramento e deslocamento de identidades culturais e pessoais” (Stuart Hall),vivemos diariamente riscos e desafios.
Convivemos com novas promessas de felicidade, ofertada pelo discurso da ciência, da tecnologia e das novas formas de relacionamento humano, que têm acentuado a frieza e a fragmentação das relações entre as famílias, entre as sociedades e os povos.
Será que poderíamos dizer, que vivemos uma Sodoma e Gomorra pós-moderna? Regida pelo gozo?
Apesar de existir o livre arbítrio, é sabido que a cultura se instalou no mundo como um sistema de refreamento das “pulsões destrutivas”( lê-se energias destrutivas que se deslocam, contidas no sujeito. Freud denominou-as de pulsões de morte, do mesmo jeito que existem as pulsões de vida), que limita, que interdita, que impede o gozo, as transgressões. E essa busca desmedida de satisfação de todas as necessidades, colocaria o gozo antes da cautela, o que abriria vestígios de impossibilidades em termos de sobrevivência humana. E o que hoje estamos assistindo em termos de felicidade mascarada, põe em risco a sobrevivência da espécie inevitavelmente – a autodestruição.
O apocalipse deve ser isso. Deus fez tudo com amor e ele é amor, não destrói. Mas
o que pode ele fazer se a criatura dele quer destruição? Uma limpeza se fará. Acredito eu.
  • 20/05/2013 1:26
    Simone
    Concordo com vc. Precisamos de alguma dura lição da Mãe Terra para aprender a nos moderar, a ter cuidado,a reconhecer os limites do planeta. E viver com sobriedade e simplicidadaae. Ai haveria tudo para todos. Mas começamos por um caminho que nos poderá perder. Andamos tanto nele que já não sabemos voltar. Por isso esperamos em Deus que respeita nossa liberdade mas que tambem pode permitir um salto quantico de consciencia que nos concede a salvação. Eu espero por isso. Nõa disse um filosofo que o gênesis está no fim e não no começo?
    cordialmente
    lboff
  1. hebertlima13 PERMALINK
    19/05/2013 7:54
    Reblogged this on Blog do Hebert Limae comentado:
    Leonardo Boff nos convida a refletir sobre nossa civilização técnico-científica que entranhou o capitalismo e sua ideologia em nossas vidas transformando tudo em ‘coisa”, em mercadoria e nos afasta do essencial. A partir das reflexões de Heidegger alerta que podemos estar num caminho sem volta, se não tomarmos consciência e não mudarmos radicalmente os rumos de nossas vidas. Aí “só um Deus nos poderá salvar”.
  2. Gravitare PERMALINK
    19/05/2013 7:57
    Reblogged this on Guilherme Stutz.
  3. 19/05/2013 8:22
    Prezado Leonardo Boff!
    Ao aguardarmos que Deus venha nos salvar, minha preocupação é: não estariamos assim, pretendendo transferir ao Outro, uma responsabilidade que é de todos e de cada um de nós seres humanos, exatamente como fazem as mais diversas religiões? Já não passa da hora do ser humano, enquanto espécie, despertar para a importância de sua participação ativa, em relação à construção da própria história e do seu destino sobre a face da Terra???
    • 20/05/2013 23:49
      Concordo com vc Romero a construção ou reconstrução do nosso mundo não está num salvacionismo messiânico/divino, Jesus já nos veio dar as diretrizes, agora a bola está conosco e mãos a obra.
    • 22/05/2013 23:46
      Eu adorei a sua resposta, sua forma de pensar, pois sou desta linha de raciocínio. chega de ficarmos esperando por um salvador, vamos fazer o que cada um pode e sabe de melhor para conseguirmos esta dita salvação, temos que ser agentes ativos e não passivos como estamos sendo até então…
    • Gilberto Guimrães PERMALINK
      16/11/2013 14:16
      O humanismo já se apresentou, iludiu por algum tempo, criou sua própia religião, e afundou na 2ª Guerra Mundial. Foi a razão, pura e simples, que nos conduziu até aqui. isto posto, vale lembrar que o fim vem, pois está determinado um dia, que ninguém sabe quando. Ao ser questionado sobre isso Jesus deu esta resposta: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mateus 24:14). E disse mais: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai. E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mateus 24:36-37). É claro que podemos adiar. É igualmente claro e maravilhoso se nos conscientizássemos e nos relacionássemos baseados na Lei do Amor, porém, não nos esqueçamos que há um que não quer isso. Segundo a Bíblia ele veio para matar, roubar e destruir. E este, somente um pode lhe resistir. E este um é o Espírito Santos de Deus. Não tome isso como religião. Tome como CAMINHO DA SALVAÇÃO.
  4. Pimentel PERMALINK
    19/05/2013 9:22
    Profundamente verdadeiro o que esterna nesse texto. Diante de tudo isso, só no resta mesmo esperar.
    • Pimentel PERMALINK
      19/05/2013 9:25
      Só uma correção, aonde tem esterna, lê-se externa.
  5. 19/05/2013 9:29
    Olá Leonardo, sou uma pessoa que foi criada sem religião nenhuma logo tenho minhas dúvidas sobre a existência de deuses, tenho em mente que a atual sociedade tende à um colapso, mas não seria isso bom? Do seu ponto de vista cristão creio que não seja, mas penso que a melhor maneira de se aprender é com experiência. Será que estou correto?
    • 19/05/2013 11:46
      Euclides,
      Hegel disse bem: O ser humano aprende da história que não aprende nada da história mas aprende tudo do sofrimento. Prefiro Santo Agostinho em sua autobiografia – As Confissões – o ser humano aprende de duas fontes: do sofirmento que nos dá duras lições mas muito mais do amor que nos leva a grandes transformações para estarmos junto da pessoa amada. Creio que vamos ter que aprender do sofrimento e do amor. Mas desta vez o sofrimento poderá ser terminal, aquele de um moribundo. Mas prefiro crer que seja o sofrimento de um parto de uma vida nova que vai nascer.
      lboff
  6. Rozineide PERMALINK
    19/05/2013 9:46
    Para uma profunda e urgente, urgentíssima, reflexão! Que esse Deus por quem você, e eu também espero, te ilumine sempre.
  7. Eloy Fenker PERMALINK
    19/05/2013 9:55
    Muito profunda e clara a reflexão! Fico incentivado considerá-la para uma possível incorporação a meus pensamentos sobre atuação das organizações e sociedade ocidental, rumo a uma possível solução, que não encontro na ciência. A tradução concreta do risco de uma visão utilitarista resgatada por Boff pode ser vista nos títulos das prateleiras de livrarias, onde o “como” prolifera: “Como ficar fico?”; “Como ser feliz”, etc..ao invés de indagações éticas “é necessário ser rico?”; “o que é felicidade:”..etc.
    A ciência da Administração pós-moderna vem buscando resgatar, nos estudos críticos, formas alternativas de mudança do paradigma funcionalista e utlitarista.
    Burrel e Morgan (1979) sugerem que os cientistas assumem visões do mundo e das ações humanas seguindo orientação objetivista – positivista, funcionalista, normativa, determinista em que o mundo é objetivo, concreto, previsível, controlável, e segue leis próprias ou orientação subjetivista (interpretativista), em que nada é previsível, o mundo é construído na interação social, e a Ciência deve visar à libertação dos indivíduos e ao seu bem-estar, privilegiando-se o coletivismo ao individualismo. O subjetivismo, para Morgan e Smircich (1980), nega a possibilidade de geração de conhecimento objetivo, visando a determinar relações entre fatos, uma vez que toda atividade científica é baseada em pressupostos ontológicos, que refletem os interesses, as crenças e valores do cientista. Para os autores, a ciência social não é objetiva, isenta, e os fatos sociais não são pré-definidos e previsíveis, mas construídos na ação social. Isso leva à indagação: Reações humanas frente às questões socioambientais, de natureza subjetiva podem ser previstas segundo os modelos econômicos, objetivos, determinísticos? Certamente que não, como bem observa o articulista.
    A vida das organizações e da sociedade ocidental repousa sobre valores que são inspirados em valores econômicos, utilitaristas. “Estes valores, implícitos ou explícitos, vão definir as regras de ação que inspirarão os julgamentos e as condutas”. Essa ética põe em risco as relações humanas, que não se comportam unicamente sob uma óptica econômica. De fato, se aceitarmos que os valores econômicos, utilitaristas são a base do sistema de valor e relações na sociedade, ao buscarem a maximização da satisfação individual, as empresas e os indivíduos estarão minimizando todas as demais considerações sociais e ecológicas que não possuem valor econômico e que são objeto de reivindicações (CHANLAT, 1992, p. 69).
    Para Morin (2006, p. 25), “os indivíduos conhecem, pensam e agem segundo paradigmas inscritos culturalmente neles”. Um paradigma, segundo o autor, consiste na “promoção/seleção dos conceitos-mestres da inteligibilidade”. O autor complementa que “somente o paradigma complexo de implicação/distinção/conjunção permitirá tal concepção, mas esta ainda não está inscrita na cultura científica” (p. 25).
    Morin (2006) entende que a Ciência atual segue o Grande Paradigma do Ocidente, em oposição a uma visão de integração, que adote em linhas gerais conceitos do Oriente. Recentemente, a partir da teoria dos sistemas, foi desenvolvida a teoria da Complexidade propondo que tudo é ligado por uma “teia da vida”. Segue em linhas gerais o paradigma do oriente, com a convivência dos contrários, em que o desequilíbrio gera o caos e, com isso, as mudanças. Há uma fragmentação cultural e diversidade, que torna o mundo complexo e, por isso, adota-se uma visão multiparadigmática, transdisciplinar.
    Me parece que, neste ponto, a cultura ocidental não apresenta solução, devendo-se direcionar para questões filosóficas, éticas que transcendem as necessidades materiais imediatas, ou seja, de certa forma, em um Deus.
    Em apoio a esta visão de mudança de consideração de valor, Lewis e Grimes (2007, p. 35) sigerem a necessidade de “desafiar premissas tidas como corretas e retratar as organizações sob novos enfoques”, mediante a metatriangulação ou uma análise organizacional sob um enfoque multiparadigmático e, com isso, ampliar o escopo da visão. Oliveira e Rizzo (2007, p. 1), em ensaio teórico sobre o tema socioambiental e estratégias, sugerem a necessidade de a administração caminhar para “mudanças não superficiais e sim paradigmáticas”, integrando as perspectivas social, política, econômica, tecnológica, cultural, além da ambiental propriamente dita.
    No caso da questão ambiental, se as práticas de gestão estão conduzindo para a exaustão dos recursos naturais e poluição e comprometimento da vida, a crítica deve alertar para isso, propondo reflexões que permitam reverter a tendência, como afirmado por Fournier e Grey (2007, p. 343), de que “estar engajado em estudos críticos de gestão significa dizer que existe algo errado com a gestão, enquanto prática e corpo de conhecimento, e que ela deve ser mudada”.
    São estas considerações, para enriquecimento do debate.
  8. ADRIANA BOURSCHAIDT PERMALINK
    19/05/2013 10:16
    MARAVILHOSO TEXTO! SEMPRE ME REFIRO A ISTO, NÃO COM TANTA BASE TEÓRICA E CITAÇÕES QUANTO AS SUAS, MAS ACREDITO QUE O MUNDO ESTÁ CAMINHANDO PARA SITUAÇÕES DE EXTREMA GRAVIDADE, ONDE NOSSA ÚNICA ESPERANÇA É DEUS. MAS UM DEUS DE AJUDA E NÃO DE PUNIÇÃO, POIS SABEMOS QUE NÃO HÁ CASTIGO MAS SIM CONSEQUÊNCIA!
    SEMPRE LEIO SEUS TEXTOS E APRECIO MUITO.
  9. 19/05/2013 12:10
    Será que vamos descobrir que o criador está na criatura e a criatura carrega dentro de si o criador?
    Lembro de uma estória contada por um xamã que dizia que quando o homem foi criado, Deus precisou esconder o segredo do Universo, para que o homem não colocasse em risco a humanidade com seu conhecimento técnico-cientifico, como uma fórmula da Coca-Cola. Então o criador pensou no fundo dos oceanos, mas foi avisado que um dia o homem alcançaria, depois no topo do Everest, mas percebeu que não ia durar muito tempo para ele chegar lá, resolveu então colocar num planeta distante, mas ainda assim não adiantaria, pois o homem alcançaria os confins do universo. Então, Deus percebeu o único lugar que o homem não iria achar o “segredo” …colocou dentro do coração dos homens.
    Um abraço
  10. 19/05/2013 12:22
    Olá Sr° Leonardo Boff. Tenho me assustado bastante com a direção que a igreja “evangélico-católico” e “católico-evangélico” têm tomado. Na sua perspectiva, qual a sua opinião da religião cristã, qual seu diagnóstico do protestantismo na atualidade? (sou evangélico, formado em teologia presbiteriana, tenho 34 anos)
  11. 19/05/2013 12:24
    Ao final, todos eles(filósofos), quando dispõem de tempo pra refletir, batem pino; é dito que o Nietzsche verberou Deus estar morto, mas é dito também que em seu leito de morte pedia insistentemente perdão a DEUS, por ter blasfemado contra Ele; então, não me espanto em descobrir que Heidegger teria chegado a essa conclusão: “SÓ UM DEUS PODE NOS SALVAR”, quando fala que sobre essa Kehre, uma ”Volta” que signfica uma revira-Volta à nossas origens, em sua última entrevista ao Spiegel de 1976, publicada post-mortem” conforme você asseverou Leonardo. Cômico é ver o triste destino para a filosofia agnóstica, ver sua questão meramente filosófica sobre o destino de nossa cultura e da própria humanidade se socorrer de elemementos teológicos para encontrar uma razão: “Deus vai intervir? Vai permitir a autodestruição da espécie?”. Em resposta ao Romero Marcius quando indaga que ao aguardarmos que Deus venha nos salvar, surge uma preocupação em transferir ao Outro (Deus), uma responsabilidade que é de todos e de cada um de nós seres humanos, eu diria que na verdade, se somos a imagem e semelhança de Deus, essa resposta está dentro de cada um de nós, ou melhor, só depende de nós.
  12. José augusto portugal PERMALINK
    19/05/2013 12:32
    Você acha que seria capaz de fazer com que DEUS passasse a ama-lo mais do que Ele já ama? Ou então, ama-lo menos? A resposta a abas as perguntas só pode ser “não”. A razão é simples: O amor divino é incondicional, ou seja, ele não se baseia nas coisas que fazemos, sejam elas boas ou más. E é por isso que nunca podemos ser separados do amor do SENHOR. Afinal de contas, quem ou o que poderia fazer uma coisa dessas acontecer? Como Paulo afirma em Romanos 8.39-39, “estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios[…]nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de DEUS que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” ACONTEÇA O QUE ACONTECER EU VOU AGRADECER A DEUS PORQUE ELE ENCONTROU UMA MANEIRA DE SATISFAZER SUA JUSTIÇA E, AINDA ASSIM, REDIMIR A UMANIDADE. FINAL DE CONTAS = ” A GRAÇA DIVINA É PERFEITA E NÃO PRECISA DA COLABORAÇÃO HUMANA PARA SER COMPLETA…A SALVAÇÃO É UM PRESENTE DE DEUS; UMA OBRA TOTALMENTE REALIZADA POR DEUS E SEU FILHO JESUS CRISTO” aconteça o que acontecer DEUS está no controle…A paz a todos…até…
  13. Wellington PERMALINK
    19/05/2013 12:47
    Sou apaixonada pelos dois mundos, o natural e o tecnológico. Entender o “como” pra mim exalta ainda mais o milagre do “ser”.
    E acho, adicionalmente, que desde que o homem é homem, ele é feito da mesma “substância”, não é culpa da tecnologia se ele se afastou do mundo natural… já existiam homens “desnaturalizados” mesmo quando não havia eletricidade. E o próprio modelo de sociedade pressupõe um utilitarismo. Para ser membro de um clube (sociedade), você tem deveres a cumprir (pagar a mensalidade ou participar de alguma atividade comum que ajude a manter/construir instalações etc). Mediante estes deveres, você pode usufruir dos direitos. Mas é preciso que mostre algum tipo de utilidade pro sistema, senão você se torna um peso pros outros.
    Provavelmente, é justamente por conta dessa “falta de ética” da ciência que o Boff está vivo até hoje.
    Os cientistas que desenvolveram todas as vacinas que ele tomou e os medicamentos que utiliza; os dentistas que aprenderam como manter tudo no seu devido lugar e assim evitar que ele, já em idade avançada, só possa se alimentar de caldos; os médicos que descobriram como funciona o corpo humano… todos tiveram de burlar a ética para que o Boff possa usufruir de tudo isso hoje.
    Chega a ser uma certa ingratidão isso… Qualquer pessoa que tenha ultrapassado os 40 anos de idade deve sua existência única e exclusivamente à ciência, pois na época que certas práticas não existiam, essa era a média de vida das pessoas.
    Concordo que estamos devorando o mundo. Mas não culpo a ciência, aliás eu culpo sempre a mesma coisa: nosso planeta não suporta tanta gente.
    Aliás, se estivéssemos vivendo de fato uma tecnocracia, medidas de controle de natalidade mais eficazes já teriam sido tomadas, pois a tecnocracia é amoral. Essas medidas só não são tomadas por causa de… “deus”, que “ordenou” o crescei e multiplicai-vos, e isso está tão plasmado nas pessoas que elas não conseguem enxergar que é aí que mora o problema. Nossos recursos não são infinitos e poucos recursos geram guerra, e é a guerra que gera bombas de Hiroshima e Nagasaki. É por intermédio da ciência, mas a mesma tecnologia usada nestas bombas é utilizada pra destruir células cancerígenas. Provavelmente, esta tecnologia salvou mais vidas que destruiu.
    As guerras do presente e do futuro não serão mais como as que eram travadas por Napoleões, Gengis Khans ou Alexandres – que visavam acúmulo de território. Serão (e são) guerras por disputa de recursos. E vai ficar cada vez pior, pois a cada dia cava-se mais, explora-se mais, geramos mais lixo, mais poluição, mais gente desmata áreas naturais para poder construir suas casas… Pois jamais estivemos tão lotados!
    Eu acho exatamente o contrário: menos “Deus” com seus mandamentos que só serviam numa época em que o mundo tinha meia dúzia de sobreviventes, e mais ciência, é o que irá nos salvar.
    Resposta de Fernanda Aguiar da Costa ao texto.
    • 19/05/2013 13:34
      Wellington
      O problema não é a superpopulação. A Terra pode alimentar bem ate dez bilhões de pessoas. O problema é que os alimentos são mal distribuidos. Foram feitos commodities para o mercado especulativo. A mesa está posta e ricamente servida. So que os pobres, mais de um bilhão, não tem sequer um centavo para servir-se de um pouco de arroz e feijao.Ficam junto aos cães ao pé da mesa. Essa desumanidade é que cria a crise do planeta. A técnica sem consciencia não salva, pelo contrário nos aproxima mais e mais do abismo. Precisamos da justa-medida e da autocontenção de nossa voraciadade senão a Terra não aguentará mais e acabará nosa expulsando dela.
      lbof
      • Wellington PERMALINK
        21/05/2013 12:43
        Obrigado pela resposta Leonardo Boff, a minha colega de debate Fernanda Aguiar da Costa respondeu a sua colocação em nossa comunidade do facebook da seguinte forma:
        “A gente não quer só comida”
        Pra ter uma vida digna, pessoas precisam de comida, água potável, sistema de esgoto, moradia, roupas, medicamentos, transporte e hoje até índio precisa de internet e, portanto, de equipamentos eletrônicos.
        Agora estenda isso a todos que não têm. Você acha mesmo que estamos nadando em recursos pra sustentar isso?
        Não dá parceiro. Não estamos sozinhos nesse planeta. Outras espécies também tem o direito de existir.
        A nossa comunidade do facebook é:http://www.facebook.com/#!/groups/139246782902510/
  14. Maria do Rocio Macedo PERMALINK
    19/05/2013 13:08
    Tenho praticamente 70 anos; desses, mais de 50 envolvidos com as questões da Vida, do social e da Natureza, todo esse envolvimento penetrado por uma grande esperança de mudança. Agora, essa esperança quase perdida, dói muito! Sua perda reside na constatação do maior afastamento do animal humano com o SENTIR! Estamos muito mais distanciados da emoção, do carinho, da ternura, do AMOR! Não vejo tempo suficiente para nos redimirmos de tudo que deixamos, acontecer; nossa própria razão crítica está em decadência. Se houver alguma forma de “salvação” será por total complacência da ENERGIA DE LUZ, mais comumente conhecida como – DEUS!
    • 19/05/2013 13:28
      Maria do Rocio
      Partilho com vc o desencanto com a situação a que levamos a Mãe Terra. Temos que com urgencia resgatar a razão sensivel e cordial se quisermos ainda salvar nosso futuro. Bem dizia um antigo sábio norte-americano: a tragédia não é a morte mas o que deixmos morrer dentro de nós enquanto vivemos.
      com minha solidariedade
      lboff
    • Viviana Silva PERMALINK
      21/05/2013 9:50
      Maria do Rocio, meu tempo de envolvimento com estas questões é menor que o seu. Minha esperença já passou por várias fases mas ainda não a perdi. Concordo que nossa razão crítica está em decadência, por vários motivos que Leonardo Boff aborda tão bem em seus textos e reflexões. Espero e desejo muito não perder esta razão crítica sobre o mundo, desencantar somente o necessário com nossas atitudes para ainda acreditar que temos capacidade para modificar o que precisa ser modificado.
  15. Paolo Zanotto, D.Phil. PERMALINK
    19/05/2013 13:47
    Se não fosse tão prolixo e convoluto o Martin Heidegger estaria 1/2 certo…. O ponto é que o domínio da “ciência” sob a visão iluminista ocorre nas civilizações “ocidentais e modernas” primeiro em contraponto conflitante e depois em franca substituição ao monopólio do sagrado que foi mantido a ferro, fogo e genocídio por instutições religiosas abjetas e não menos destrutivas (talvez menos destrutivas porque em sua estupidez constitutiva impediram o novo, por que por definição este era inimigo do previlégio). Recuperar o sagrado na relação do homem com o universo não vai ser mediada pela indústria da religão corporativa. Ademais o monoteísmo machista e boçal do textos psciopatas da idade do bronze impede a re-divinização do universo e de nosso contexto humano de forma genuína e redentora: Chega de Deus Primata! Viver de forma ética e moral não é monopólio da idiotice religiosa imposta há milênios e pode ser consequência da resignificação do que é ser humano, ser pelo humano e seu contexto natural e sagrado.
    • Gilberto Guimrães PERMALINK
      16/11/2013 14:50
      Duras palavra Sr Paolo. Devo aceitá-las como quem aceita qualquer divergente. Respeito, porque quero ser respeitado. Entretanto, permita-me lembrá-lo que fazer o mal em nome de Deus já estava previsto nas Escrituras. Quem os praticou eram pessoas cheias de convicções, assim como V.Sa o é. Tão somente estavam em lugares e posições diferentes. Tinham, também, poder. Muito poder. Não sei o que V.Sa faria se tivesse o poder que eles possuiam.
      Creio que compreendo-o, porque tenho por abjeto o sistema de crenças espelhados em suas palavras, mas devo me compadecer, porque enquanto V.Sa. viver, terá a oportunidade de modificar sua maneira de pensar. Minha proposta é que comece aceitando Jesus como seu único e suficiente Salvador.
  16. 19/05/2013 13:53
    Lúcido e penetrante como sempre, mesmo quando trata de um pensador tão complexo como Heidegger. Obrigado Leonardo!
  17. Inês Ferreira PERMALINK
    19/05/2013 14:30
    Belo e profético texto que nos impele a rever a nossa relação com tudo o que existe. Tua voz, outras vozes que não só pensam e escrevem, como agem e amparam anseios é que me fazem crer que um outro mundo é possível. Como ser de esperança que sou, como professora, como filha, como portadora da mesma esperança que te move, que me move e que move o ser humano, ainda confio que dias melhores sempre virão. O Espírito Santo de Deus sopra onde e como quer e Ele, mais do que quaisquer previsões e dúvidas, é que nos fará sempre ir mais além. Desejo que saibamos discernir esta luz que tudo move, tudo refaz, tudo conscientiza e encanta. Abraços fraternos, solidário Leonardo.
    “Eu rogarei ao Pai, e Ele nos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco.(Jo, 14,16)
  18. Alexandre Visconti PERMALINK
    19/05/2013 15:15
    Concordo, o homem aprende como sofrimento, com as vicissitudes da vida, só assim ele é capaz de evoluir aprendendo e só assim se torna completo e Deus sabe bem disso. Mas, a evolução é algo muito complexo e engana os maiores sábios humanos. Não discordo, a humanidade passa hoje por muitos percalços, mas, ao mesmo tempo, nunca foi tão evoluída em muitos aspectos, mesmo no âmbito ambiental, que dirá no âmbito médico, científico e tecnológico. Posso citar rapidamente as leis, mesmo no Brasil, que punem quem maltrata os animais,os cães, gatos, etc., isso não existia; em outros países, a proibição da caça indiscriminada às baleias, ás focas, aos ursos polares e a muitos outros animais, que só aprendemos e nos demos conta com a ameaça à extinção desses. As leis caritativas, contra a homofobia, à maior compreensão e a aceitação das desigualdades de sexo e raça, o casamento inter racial é cada vez mais comum, mesmo em nosso país. A demarcação das terras indígenas, a própria comissão da verdade, que embora não puna, pune moralmente e nos mostra o quento era vil torturar e matar institucionalmente, como fizeram há bem pouco tempo e entre irmão compatriotas;, a preservação da natureza, de modo geral e cada vez mais conscientemente em todos os homens; a necessidade de reagir, a melhor compreensão dos fenômenos naturais e, finalmente, todo o avanço científico-tecnológico que nos ajuda a compreender tudo isso, a viver mais e melhor que em passado recente, com saúde e a evoluir como um todo. Já dizia o grande filósofo espiritualista Paul Brunton, “o mal para ser extirpado, precisa primeiro vir à tona”, aparecer. No passado, ele aparecia muito pouco, havia muito maior hipocrisia e a evolução também era muito mais lenta. Hoje, tudo parece explodir, porém, ela é muito mais rápida e eficaz. Evidentemente, não podemos nunca esquecer da parte espiritual, desanimar, pois Deus está conosco e nos acompanhará sempre em nossa jornada heroica evolutiva, pois estamos aqui exclusivamente para isto, para evoluir em todos os sentidos e cada vez mais.
  19. salvara PERMALINK
    19/05/2013 15:38
    hemos echo tanto mal, que merecemos nuestro destino
  20. 19/05/2013 15:44
    a saída: reconhecermo-nos filhos de algo maior e que, tão poderoso como o pai, podemos fazer qualquer coisa. É só olhar na direção certa, para o alto, para a luz. Veja nossas fotos para sentir melhorhttp://www.facebook.com/smcanello/photos#!/media/set/?set=a.397009420357900.92918.100001465359850&type=3
  21. Albert PERMALINK
    19/05/2013 17:23
    Eu acredito que o ser humano está sempre em evolução. Hoje somos bem melhores do que antigamente. Os males que nos impressiona hoje, que são exibidos na mídia, antigamente eram bem piores, só não existiam mídias para denúncia-los. O povo não ficava sabendo das atrocidades.
    Quanto a extinção da humanidade, isso é bem natural, muito mais do que muitos pensam.
    Estima-se que o planeta já tenha passado por até 5 extinções em massa.
    A mais famosa exterminou os dinossauros a 65.5 milhões de anos. Depois dessa houve outras.
    Já estamos passando de uma nova extinção em massa, uma delas é a inversão de polos magnéticos da terra, algo que perdura por milhares de anos. No ápice da inversão, os campos magnéticos norte e sul da terra quase zera, isso permite que as perigosas partículas ionizantes que vem do sol (ventos solares) invadam a terra, esterilizando quase tudo por aqui. Isso também é algo bem natural. É a natureza e não tem como ninguém impedir.
    Temos ainda o perigo dos super vulcões que causariam uma nova era do gelo por bloquear o sol com a emissão de muita fuligem.
    Como pode ver só a tecnologia poderia prolongar um pouco a nossa vida, recriando um ambiente artificialmente condicionado.
  22. 19/05/2013 19:11
    Caro Leonardo e amigos: Percebo que a cada vez que se fala de Deus com certeza cada um tem sua concepção sobre isto. Alguns tem um sentir único e especial dentro desta concepção onde ordena e da conteúdo a realidade de mundo e sua própria vida. Justamente o que a ciência não pode fazer é “SENTIR” ou ter uma EXPERIÊNCIA PRÓPRIA E ÚNICA” pois ela é uma limitada metodologia (sim capaz de propiciar muitas coisas altamente interessantes e necessárias, claro…). Mais cada cientista se vê cercado pela própria metodologia não pudendo desenvolver outras faculdades humanas para a busca de compreensão de mundo. Desta forma há uma falta de liberdade. Uma divisão dentro de si. Acabou-se criando o ” Deus Ciência”, orientador de concepção de mundo e uma excelente guia de “como pensar”…Se institucionalizou a ciência… A religião originária também se institucionalizou com as formas de “alcançar Deus” ou “como falar com Deus” gerando a divisão “aqui o ser humano e lá Deus”. Se um fruto dizer a árvore que não depende de ela e a árvore dizer ao fruto o mesmo onde haveria o único? A árvore? Se as raízes forem independentes da terra e a terra não depende–se de raízes para sua existência haveria as florestas, u oxigênio, os minerais, o composto, á água? Existe a Unidade sempre. Somente nos é difícil vela e “senti-la”. A cada vez que vejo a revolta entre científicos, religiosos ou os ditos ateus, lembro que todos debatem por ter “o” conhecimento sobre algo que na realidade os une, que é a curiosidade por o desconhecido, a curiosidade por ampliar a sua existência e torna-la com mas conteúdo e “experiência viva” seja qual for… De fato, somos frutos de um Cosmos inexplicável (que bom que muito é e será inexplicável…)
  23. Eliana Gavenda PERMALINK
    19/05/2013 19:15
    Caro Leonardo e amigos: Percebo que a cada vez que se fala de Deus com certeza cada um tem sua concepção sobre isto. Alguns tem um sentir único e especial dentro desta concepção onde ordena e da conteúdo a realidade de mundo e sua própria vida. Justamente o que a ciência não pode fazer é “SENTIR” ou ter uma EXPERIÊNCIA PRÓPRIA E ÚNICA” pois ela é uma limitada metodologia (sim capaz de propiciar muitas coisas altamente interessantes e necessárias, claro…). Mais cada cientista se vê cercado pela própria metodologia não pudendo desenvolver outras faculdades humanas para a busca de compreensão de mundo. Desta forma há uma falta de liberdade. Uma divisão dentro de si. Acabou-se criando o ” Deus Ciência”, orientador de concepção de mundo e uma excelente guia de “como pensar”…Se institucionalizou a ciência… A religião originária também se institucionalizou com as formas de “alcançar Deus” ou “como falar com Deus” gerando a divisão “aqui o ser humano e lá Deus”. Se um fruto dizer a árvore que não depende de ela e a árvore dizer ao fruto o mesmo onde haveria o único? A árvore? Se as raízes forem independentes da terra e a terra não depende–se de raízes para sua existência haveria as florestas, u oxigênio, os minerais, o composto, á água? Existe a Unidade sempre. Somente nos é difícil vela e “senti-la”. A cada vez que vejo a revolta entre científicos, religiosos ou os ditos ateus, lembro que todos debatem por ter “o” conhecimento sobre algo que na realidade os une, que é a curiosidade por o desconhecido, a curiosidade por ampliar a sua existência e torna-la com mas conteúdo e “experiência viva” seja qual for… De fato, somos frutos de um Cosmos inexplicável (que bom que muito é e será inexplicável…) Somos incapazes de compreender-nos nesta sagrada diversidade ao querer homogeneizar a concepção de mundo. Agimos ainda como seres afastados sem entender a interdependência que temos e o papel de gerar a dinâmica da vida em nossa cultura humana com mais harmonia, com menos impacto aos outros sistemas naturais no entorno. Aprender mais sobre a vida “orgânica” é essencial hoje para fazer ciência ou ter a experiência espiritual natural frente a vida. Nos surpreenderá muito quando, vivendo neste Organismo Vivo Planetário mais naturalmente e amorosamente captemos esta “consciência espiritual” em tudo sem necessidade de definições, escolas de pensamento ou doutrinas que de certa forma comprimem a alma humana também segundo com o se as vivencie. Até então, tudo é valido por ser a vida humana uma escola de aprendizagem contínua… O que não serve é estagnar-se nas mesmas metodologias, ideias, estruturas,etc. sem promover o movimento sempre para o novo… Permitir-se ser livre é a grande descoberta. Uma liberdade equilibrada com o amor ao todo. Temos ainda séculos para a maturidade. Assim e tudo uma toma de consciência súbita que se da no aqui-agora e no cotidiano de cada um pode movimentar e adiar séculos. Seria o casso de pensar, sentir e agir mais livremente orientados pela capacidade de desenvolver u amor naturalmente da forma que cada um sentir ? A esperança é importante pois ela é uma bússola para colocar as mãos na massa. Como diz a frase: “Sem esperança nada sou” Movimentar-se com alguma forma de fé na humanidade, na vida, na existência interna, no cosmos ,na ciência impulsa-nos ao movimento e ao mistério. Ao contrário de alimentar a depressão, o impasse, a estagnação ,estaríamos nos assumindo co-criadores numa inter- dependença saudável entre o “eu mesmo”, ,”o você” e “o Mistério”. Eliana Gavenda
  24. Alexandre E. S. Visconti PERMALINK
    19/05/2013 20:24
    Recentemente, atingimos a marca dos 400 ppm de C02 na atmosfera e esta era a marca teórica limite determinada para que a temperatura média global não atingisse um aumento maior do que 2º C., o que poderá nos causar sérios problemas. Mas, não há sinal de que as emissões possam diminuir, e o próprio Brasil, através da Petrobrás, faz propaganda da prospecção de petróleo e gás do pré sal na TV, quando deveria fazer de fontes alternativas de energia. A situação é realmente é preocupante e, hoje mesmo, saiu reportagem de que, a rigor, o Brasil ainda tem 23 milhões de miseráveis em função de uma maquiagem no cálculo da inflação, isto, sem considerar a inflação dos alimentos, que, sozinha, foi muito maior ainda em um ano, e é a que mais atinge os pobres e miseráveis. Quer dizer, precisamos repartir mais o bolo, o Brasil e o mundo todo.
    Por outro lado, por incrível que pareça, estamos mais conscientes de tudo, pois só aprendemos mesmo com as dificuldades e os erros, assim evoluímos. A evolução é lenta, porém inexorável e, certamente, algo de muito importante, um choque, vai acontecer para que finalmente acordemos, já que estamos tão lentos em nossa reação e, esse choque, certamente, será dado, ou pela natureza ou por nós mesmos, devido ao extremo desequilíbrio da sociedade atual.
    Já dizia o filósofo espiritualista Paul Brunton: “o mal para ser eliminado precisa primeiro vir à tona”, e ele geralmente vem, porém, gradualmente. O perigo é ele vir abruptamente,de uma hora para outra, para nos acordar da inércia e da insensibilidade em que nos metemos.
  25. 19/05/2013 20:42
    Ao ouvir este texto, gostaria de citar Charles Chaplin : “ As máquinas, que produzem abundancia, tem-nos deixado em penúria, nossos conhecimentos fizeram-nos céticos, nossos conhecimentos, emperdernidos e cruéis! Pensamos em demasia e sentimos muito pouco! Mas que máquinas, precisamos de HUMANIDADE! Mais que conhecimentos, precisamos de afeição e douçura…“ (C.C.)
    Parabéns Leonardo Boff.
  26. Orlando PERMALINK
    19/05/2013 22:02
    Obrigado!
  27. Fábio Faria PERMALINK
    19/05/2013 22:24
    Boa noite. Fico triste em ver tanta ignorância misturada com falta de fé. O vôo continua e apesar da automatização e turbulências, aquele que como eu, cre num Deus vivo, num Jesus que operou, opera e sempre operará, sempre poderemos desligar o piloto automático e consertar o nosso rumo, abrindo e fazendo o que o manual manda, corretamente!A Palavra que nos guie, sempre. Tenham bom ânimo, arrependam-se e a Paz de Deus a todos!
  28. 19/05/2013 23:27
    É, caro irmão Leonardo, voltar-se ao projeto originário e essencial, que é feito de simplicidade, pureza, sacralidade ainda é a forma mais sábia de (RE) voltar-se contra esse sistema hegemônico e operante que oprime e destrói a Vida. Deus ai habita.
  29. Isabel Pinho PERMALINK
    20/05/2013 9:50
    Bom saber as causas da referida crise. Isabel
  30. 20/05/2013 10:32
    Prezado Leonardo Boff,
    Creio que a resposta para sua indagação está nos ensinamentos de Mokiti Okada, também conhecido como Meishu Sama, que fundou a Igreja Messiânica Mundial (Dai Nippon Kannon Kai), em 1o. de janeiro de 1935, na cidade de Tokio, Japão.
    Em resumo, ele nos disse que:
    “Ao longo de três mil anos, a humanidade veio se afastando cada vez mais da Lei da Natureza, que é a Lei do Universo, a Vontade de Deus, a Verdade.
    Movido pelo materialismo, que o faz acreditar somente naquilo que vê, e pelo egoísmo, que o leva a agir de acordo com sua própria conveniência, o homem tornou-se prisioneiro de uma ambição desmedida e inconseqüente e vem destruindo o equilíbrio do planeta, criando para si e seu semelhante, desarmonia e infelicidade.
    As graves conseqüências do desrespeito às Leis Naturais podem ser verificadas na agricultura, na medicina, na saúde, na educação, na arte, no meio-ambiente, na política, na economia, e em todos os demais campos da atividade humana. Essa situação já chegou ao seu limite. Se continuar agindo assim, é certo que o homem acabará destruindo o planeta e a si mesmo.
    O propósito da Filosofia de Mokiti Okada é despertar a humanidade, alertando-a para essa triste realidade. Ela cultiva o espiritualismo e o altruísmo, faz o homem crer no invisível e ensina que existem espírito e sentimento não só no ser humano, mas também nos animais, nos vegetais e nos demais seres.
    O Johrei, a Agricultura Natural e o Belo são práticas básicas dessa filosofia, capazes de transformar as pessoas materialistas em espiritualistas e as egoístas em altruístas, restituindo ao planeta seu equilíbrio original.
    Seu objetivo final é reconduzir a humanidade a uma vida concorde com a Lei da Natureza e construir uma nova civilização, alicerçada na verdadeira saúde, na prosperidade e na paz”.
  31. The Bat PERMALINK
    20/05/2013 17:36
    Deus já veio ao mundo dar a solução: Jesus Cristo.
  32. simone sarmento lima PERMALINK
    21/05/2013 15:43
    Como muito bem diz quem escreveu acima do meu comentário: “Jesus Cristo” Tudo foi ensinado. Nós é que somos cegos, surdos e mudos.
  33. 22/05/2013 16:00
    Republicou isso em Joaquim Tiagoe comentado:
    maravilhoso
  34. 22/05/2013 19:50
    Reblogged this on Teologia Hermenêutica.
  35. Juan Gamarra PERMALINK
    24/05/2013 7:26
    Republicou isso em dias incertos.
  36. 24/05/2013 11:11
    A reflexão de Leonardo Boff toca o âmago de nossa existência pessoal, coletiva e de todo o universo. Somente Deus pode nos salvar. Mas quem é Deus? Esta resposta ficou muito claro no texto e em vários comentários: Deus é amor. Sem isso o mundo não vai mudar para melhor e nem a humanidade será capaz de vencer o egoísmo, a ganância, a competição e o consumismo avassalador a serviço dos quais estão submetidos a tecnologia e pela ciência. Sim, a salvação virá de Deus, mas quando essa tecnologia estiver a serviço de Deus, ou seja, do amor.
  37. 24/05/2013 17:14
    Tudo o que está acontecendo foi anunciado nos evangelhos, há um plano de salvação e, os salvos serão arrebatados para o novo céu e nova terra, que certamente não será aqui…
  38. 25/05/2013 0:35
    A evolução técnico-cientifica faz parte da realização humana, isto se pode observar na história da humanidade. A humanidade continuará fazendo sua história. Como seu texto já explicita, estamos todos dependentes e envolvidos com os confortos e prazeres que essa tecnocracia dá à pessoa humana. É só relaxar e deixar a história seguir. Afinal, não decorreu nem um século e Hiroshima e Nagazaki estão reconstruídas e, em frenético desenvolvimento. A propósito Leonardo, queria relatar uma breve observação que fiz há alguns anos, lá pelos idos de minha adolescência, quando habitava na roça: observei atentamente numa tarde de inverno o trabalho de meu pai no combate aos formigueiros que atacam e destroem as ervas cultivadas pelos agricultores. Enquanto as formigas tanajuras recortavam freneticamente as folhas das árvores cultivadas e carreavam-nas para o interior de seus oeiros, meu pai lançava formicida na forma granulada (iscas) sobre os caminhos das saúvas. Logo podia se notar que as formigas operárias recebiam ordem da legião de administradoras para desistir do carregamento de folhas e preferir as iscas produzidas pela avançada indústria química multinacional. A este momento de minha ingênua observação é que quero dar ênfase: todo o instinto organizacional da espécie acumulado em milhões de anos foi ludibriado e suplantado diante das tão sedutoras iscas, comida fácil, saborosa e aparentemente com altos teores nutritivos. Nas horas que se seguiram naquela tarde observei que as formigas carregaram cuidadosamente toda a mortífera carga para o seio do formigueiro, e certamente já estavam misturando ao mel e alimentando os favos de filhotes e a seiva real para a rainha. Assim, antes que a luz de dissipasse pelo crepúsculo daquela tarde pude observar um derradeiro fenômeno aterrador: formigas operárias e outras maiores, removiam desesperadamente e já meio cambaleantes, fragmentos daquilo que tão freneticamente fora levado para compor suposta suculenta ração. Obserservei finalmente que, as operárias já não agiam com a serena e firme conduta. Agora aparentavam notável desordenamento, não sabendo onde depositar os dejetos rejeitados pela colméia, largando-os a esmo e retornando desesperadamente para o interior dos oeiros em busca da perigosa mistura. Assim, caiu a noite e recolhi-me a casa com meu pai. No outro dia, ao retornar ao local, o cenário observado não poderia ser mais desolador para o reino das formigas: lá estavam as dezenas de “prósperos” formigueiros, combatidos por meu pai, completamente desertos. Nos caminhos das formigas se podia ver alguns fragmentos de folhas abandonadas e uma considerável quantidade de iscas trazidas para fora dos formigueiros, o que indicava que durante a noite houvera muito trabalho com remoção de veneno, mas é certo: tarde demais. A catástrofe fora total: aqueles reinos de formigueiros estavam dizimados”. Assim passou o inverno. Vieram as outras estações e me esqueci do episódio das formigas, mas eis que com a chegada do verão se podia observar inúmeros oeiros novos por todo o campo onde ocorrera a relatada devassa. Com isso, caro Leonardo, fica mesmo aquela frase de Paulo…“a esperança não decepcionará a humanidade”, mas antes parece que terá de passar por muitas catástrofes aniquiladoras, para ressurgir em sucessivos verdejantes verões…Podia ser só uma texto bonito; um despertar aliviado após um pesadelo, mas o inevitável não pode ser evitado. Somos nós, cada um de nós – humanos – os autores da história, somado aos desígnios da natureza, é claro.
    • 25/05/2013 4:31
      Altair
      Achei instigante sua observação das formigas e o renovar da natureza depois de cada dizimação sazonal. No nosso caso há uma singularidade: se nos acontecer uma tragédia global que afeta a inteira humanidade e todo o planeta não haverá mais ninguem para refazer a humanidade.Dos dinossauros que viveram 133 milhões de anos sobre a Terra não sobrou ninguem depois da catástrofe ocorrida no Caribe há 65 milhões de anos, para refazer a espécie. Vieram seus descendentes….mas eles, como dinos, desapareceram. Eu espero que não aconteça com a espécie humana. James Loverlock, o formulador da teoria Gaia,diz que nós fizemos tantas e tão violentas coisas contra a Terra que já não merecemos estar sobre ela. Talvez a Terra mesma cuidará de se livrar de nós. Espero que ela tenha compaixão e nos reeduque e demos um salto quântico rumo a comportamentos mais amigáveis à vida.
      lboff
  39. Rafael PERMALINK
    28/05/2013 23:48
    Leonardo Boff é sempre genial! Quando cita Heidegger não o faz sem razão, mas devo escrever, não antes deixando de considerar que não é o único a descrever os atuais dilemas… Que já eram previstos há muito tempo… O que temos é um etnocentrismo eurocêntrico proliferado, destruindo todas as cosmologias que puder encontrar pela frente, em nome do capital e da ganância. Quanto mais relativizamos, usamos das perspectivas das diferentes cosmologias, mais percebemos que a “nossa”, não passa de um construto, mais do que abstrato, que seifa vidas e culturas, ontologias e epistemologias, em nome de nada!!! “Riqueza” individual a qualquer custo… e lá se vão vidas, povos, sociedades, culturas e a natureza (como nossa cosmologia a entende). Bruno Latour defende que “jamais fomos modernos”, e se nossa compreensão de modernismo e modernidade (lê-se exploração e desenvolvimentismo para um sistema que não passa de um construto e que privilegia poucos) for adotada, preciso me apropriar da frase do grande antropólogo brasileiro, Eduardo Viveiros de Castro: “Da húbris moderna, salvem-nos assim os híbridos primitivos e pós-modernos”.
    Aqui, Viveiros de Castro se refere, de maneira crítica, à uma ideia mais do que ultrapassada de que indígenas são “atrasados”. Pois bem, nunca foram! E para a antropologia este assunto se encerra nos idos de 1900. Sim, há mais de 100 anos, quando se inicia o rompimento do evolucionismo. Mas até hoje, a ganância etnocêntrica, que não vê nos povos mais do que mão de obra barata e se vale de um dado poder (branco, racista, proto-fascista e segregacionista), para se manter no “topo” da cadeia. Cairão!
    Se apropriaram de mão de obra escrava por mais de 500 anos só no Brasil e continuam.
    Se Louis Dumont, com sua sociologia já propõe uma crítica ao pensamento individualista da “ideologia” moderna, não o faz por menos, mas vale ressaltar que, é uma “ideologia” colonialista, devastadora, imperialista, racista e escravista e branca!
    Esse tipo de diálogo para mim, no meu cotidiano, é uma premissa e não o debate em si, pois reflete não mais do que uma realidade empírica. Assim, me valendo do trabalho do antropólogo George Lipsitz, cito também:
    “A demografia de nossa profissão não se assemelha à demografia das comunidades que estudamos: um signo das iniquidades e exclusões perto de casa, que precisamos abordar a fim de criar um campo capaz de realizar trabalho melhor. As comunidades cujas culturas inspiram nosso trabalho estão em perigo e conflagradas, infestadas por economia neoliberal, império, guerra, racismo e exploração. […] . Em um país (EUA) que proclama seu direito de declarar guerra antecipada em qualquer lugar do mundo, que se utiliza de tortura, violando as leis internacionais, que enxerga suas crescentes desigualdades como um modelo a ser exportado para o resto do mundo, nós precisamos nos levantar, e nos manifestar.”
    Apoiado, sempre!
    Contra a exploração, contra o capital.
    “Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente libres”. Rosa Luxemburgo.
  40. 24/07/2013 7:17
    Deus seja Louvado na terra como nos Ceus.
  41. Regi PERMALINK
    09/09/2013 12:12
    O coração e as intenções do homem são enganosos, pelas nossos ações vem a destruição, mas pelas nossas orações somos polpados dessa destruição.
    ” E se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face se converter dos seus maus caminhos, então Eu ouvirei dos céus e perdoarei os seus pecados, e sararei a vossa terra” 2 Cr 7:14.
    Se nos queremos fazer alguma coisa para resolver o problema, esta é a solução.
    Vocês já assistiram um documentário sobre as ilhas Fiji, Deus amou aquele povo mas o povo escolheu tirar Deus definitivamente de seu paí; ai … assista ” Avivamento nas Ilhas Fiji”
  42. Alexandre E. S. Visconti PERMALINK
    17/11/2013 8:12
    Só discordo do final: só o homem poderá se salvar, pois ele já tem os elementos para isso, mas tem que fazer as escolhas certas com seu livre arbítrio.